RECITAL APOLLINAIRE 1880-1918
Direcção e Dramaturgia Luis Miguel Cintra
Cenário e Figurinos Cristina Reis
Desenho de luz Cristina Reis e Rui Seabra com Luis Miguel Cintra
Assistentes para o cenário e figurinos Linda Gomes Teixeira e Luís Miguel Santos
Montagem do cenário João Paulo Araújo e Abel Duarte
Operação de luz Rui Seabra
Costureira Maria do Sameiro Vilela
Assistente de produção Tânia Trigueiros
Secretária da Companhia Amália Barriga
Interpretação
Ana Esther Neves, André Pardal, Bernardo Souto, Cleia Almeida, Diogo Dória, Duarte Guimarães, Guilherme Gomes, Joana Manaças, João Grosso, João Paulo Santos, José Manuel Mendes, João Reixa, Leonardo Garibaldi, Luísa Cruz, Luís Lima Barreto, Luís Madureira, Luis Miguel Cintra, Luís Rodrigues, Márcia Breia, Nídia Roque, Rita Blanco, Rita Cabaço, Rita Loureiro, Rui Lagartinho, Sérgio Coragem, Sílvio Vieira e Sofia Marques
Interpretação
Nyctor Guilherme Gomes, Ansaldin de Roulpe João Reixa, Van Diemen Bernardo Souto
Madame Giraume Rita Cabaço, Mavise Nídia Roque, Solitário André Pardal
Piano e Direcção Musical: João Paulo Santos
Lisboa: Teatro do Bairro Alto. 17/12/2016
Sábado às 20h30. Domingo às 16h
Estrutura financiada por Secretário de Estado da Cultura/Direcção Geral das Artes
fotografia de Luís Santos ©
Este espectáculo, que não é um espectáculo, não devia levar este aviso. É um fluxo um tanto ou quanto desorganizado de fragmentos de textos de várias naturezas, e em diferentes estados de transformação em espectáculo, ou organizado á maneira da visão da vida que os artistas que se prezam costumam adoptar como maneira de ser: fazer rasgões no tempo. Deixar circular o acaso com o passado, o presente e o futuro, rasgar espaços imprevistos de liberdade, generosamente. Apollinaire viveu pouco 23 anos no princípio do século xx (morreu numa guerra com o tiro que lhe acertou na cabeça): viveu fulgurantemente a amargura de não sermos capazes ou não nos deixarem viver tudo o que a vida permitiria. Trabalhou-se a si próprio, em partilha com o mundo, pensou melhor do que às vezes fez, lado a lado com os génios que nesses anos se cruzaram em Paris. Ninguém negará que existiu. Mas aquilo que vos apresentamos é apenas um Recital Apollinaire que nos permite encontrar-nos com amigos no dia em que lançamos o segundo grosso volume do Livro da Cornucópia e a filmagem de um espectáculo em que, ao fim de 6 anos, deixámos de citar e tentámos começar a inventar, chamado FIM DE CITAÇÃO. É uma função para animar o sarau, como se faziam dantes. MUITO CUSTA POUCO SER foi como traduzimos a brincadeira que dá título ao livro do protagonista da história: “O poeta assassinado” a brincadeira com a publicação do 2.º livro sobre o que fizemos. Os artistas não são sempre saltimbancos? Não quisemos um ponto final, tentámos organizar uma encruzilhada. Que é onde costumam aparecer os demónios e as bruxas.
Luis Miguel Cintra