Demónios
de Lars Norén
Encenação José Wallenstein
Tradução Melanie Mederlind e José Wallenstein
Apoio dramatúrgico Melanie Mederlind
Cenário e figurinos Vera Castro
Desenho de luzes Jorge Ribeiro
Direcção técnica Luís Mouro
Montagem Manuel Vitória e Fenando Correia com Alexandre Freitas
Montagem eléctrica, operação de luz e som Pedro Marques
Contra-regra Alfredo Martinho
Cartaz Cristina Reis
Interpretação (por ordem de entrada em cena)
Catarina Teresa Roby
Gil Nuno Melo
Lena Luísa Cruz
Tomás José Airosa
Colaboração de Manuel Reis; Margarida Subtil, Eugénia Vasques, J. M. Franco, Lennart Alves e Nuno Rebelo
Lisboa: Teatro do Bairro Alto. Estreia: 02/04/1997
23 representações
Companhia subsidiada pelo Ministério da Cultura
Apoio de Rádio XFM, RTC, Rádio Nova, Loja da Atalaia, Móveis 4 e Philips
Encenar DEMÓNIOS, para mim, é antes de mais regressar ao realismo, ao Teatro de personagens comuns, com os seus problemas, que são a dimensão do mundo. Regressar aos pequenos gestos, às palavras sem grande importância, porque tudo se joga por detrás delas.
Trabalhar este tipo de texto permite-nos confrontar com a nossa própria vida. Quantas vezes não contámos nos ensaios histórias pessoais a propósito das cenas que estávamos a fazer. É este um dos privilégios desta profissão.
Um cenário como uma folha em branco onde os corpos escrevem, alguns objectos, a luz como ambiente, mais nada. Depois, o prazer da representação, do jogo. O prazer de estar com estes quatro maravilhosos actores, num espaço onde me fizeram sentir como em casa, a Cornucópia.
E, tendo como pano de fundo o universo burguês a que pertenço, alguns temas: a família, os afectos, a morte e a luta contra a solidão, que é aquilo que nos move. Dependemos uns dos outros, não há nada a fazer.
Vivemos prisioneiros dentro de um corpo e de uma alma, de um demónio. O que importa é tentarmos viver bem.
José Wallenstein